Jornalismo brasileiro não utiliza o verdadeiro podcast

Nem todo o arquivo em áudio dentro de uma página de um site é um podcast. Foi isso que o especialista em segurança na internet e colunista do G1, Altieres Rohr (foto), e o estudante Bruno Gerhard, produtor e dono do blog D-Cast, desmitificaram no I Ciclo de Palestras sobre Técnicas Jornalísticas para os alunos do 4º ano de jornalismo do Cesumar.

A maioria dos arquivos presentes no jornalismo brasileiro e linkados em um site noticioso pode ser considerado como áudio sobre demanda e os palestrantes buscaram especificar a diferença entre os dois termos. “O podcast tradicional é baseado em blog e costuma ser longo, se não for assim teremos apenas um áudio sobre demanda”, explicou Rohr.

Foi pensando nas potencialidades do podcast que Bruno Gerhard criou o D-Cast. Um blog que atualizava, semanalmente, programas sobre determinados temas. Todos os assuntos comentados nos programas do D-Cast são atemporais, ou seja, não se prendem a datas ou acontecimentos específicos, mas em assuntos. “Chegamos a falar sobre zumbis e vampiros”, relembrou Gerhard.

O podcast foi originalmente feito para que o internauta utilizasse as ferramentas do computador para fazer o download do arquivo. Como é muito extenso, o podcast era copiado para o iPod – origem do nome podcast. “O iPod não tem suporte a rádio, então as pessoas disponibilizavam arquivos em podcast para os outros terem o que ouvir”, contou Rohr. “A pessoa andava de ônibus ou viajava e podia ir ouvindo o programa.”

Entenda mais sobre a história e a diferença dos termos

Pressa no furo de informação pode gerar erro

Os alunos do 4º ano de jornalismo do Cesumar receberam a jornalista Carina Bernardino, repórter da CBN Maringá, no I Ciclo de Palestras sobre Técnicas Jornalísticas. Entre os diversos temas que a profissional debateu, um deles foi sobre o erro ao tentar dar o furo de informação.

A expressão jornalística é usada quando o repórter consegue dar uma notícia em primeira mão, antes do concorrente. Para conseguir a proeza, a pressa nem sempre é aliada do profissional da comunicação.

Apesar do tema parecer batido, a vontade do jornalista em dar a informação antes dos concorrentes não pode extrapolar a checagem da notícia. “Ele pode ser seu amigo, mas pode ter interpretado errado a notícia. Sempre é preciso checar a informação”, argumentou a palestrante, sobre o tema sempre polêmico.

Acontecimento famoso

Um furo de reportagem que se tornou famoso em 2010 foi sobre a morte do astro Michael Jackson. Um site especializado em fofocas sobre celebridades, o TMZ, publicou, 18 minutos depois da morte do cantor, que ele havia morrido. Sem a confirmação oficial da morte do músico, os grandes canais de televisão demoraram mais de meia-hora para noticiar sobre o assunto.

Melhor perder o furo noticioso

Mesmo não sendo muito bom para os veículos de comunicação, a jornalista Carina Bernardino comentou que é melhor perder o furo de informações do que noticiar algo de maneira errada. “É melhor não dar o furo, do que dar o furo errado”, contou. “É um assunto que sempre debati na faculdade, mas quando cheguei no mercado de trabalho se tornou uma coisa sempre presente.”

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Muito mais que simples receptores da informação

O autor do texto Cibercultura Punk, André Lemos, trabalha uma ligação tênue entre os pensamentos do movimento punk, com início em 1970, na Inglaterra, e a forma de viver na atual sociedade da tecnologia. O pensamento daquele grupo, criado nos anos 70, tinha como lema principal o “faça você mesmo”. Nada diferente do que se vê, atualmente, no mundo virtual.

O mundo da tecnologia aproximou os internautas da facilidade de comunicação em massa. São ferramentas de redes sociais, como o Facebook, Orkut ou Twitter, e os diversos blogs de autores variados que servem para expressar ou divulgar pensamentos e informações.

A frase “faça você mesmo” nunca foi tão bem empregada quanto nos dias atuais. Os antigos receptores da informação não se omitem mais, mas se tornaram agentes da informação. Um texto jornalístico, feito dentro da ética profissional, sem julgamento de valor, pode se tornar uma febre na internet (muitas visualizações e comentários) depois que os agentes da informação distribuírem o a reportagem nas redes sociais. No contexto dos agentes, o texto começa a gerar comentários com julgamento de valor e com muita pertinência dentro do ciberespaço.

Isso mostra que, cada vez mais, os antigos receptores da informação ultrapassaram os limites apenas de se informarem. Cada vez mais os internautas têm um papel importantíssimo na disseminação e construção do material informativo na internet.

Clicou, escolheu e comprou: os negócios da internet são cada vez mais cômodos

Com o passar dos dias a comodidade que a internet trás aos internautas é cada vez maior. Mas a principal comodidade que o internauta tem atualmente é em relação a compras: as prateleiras ou vitrines não são mais obstáculos de limitação na hora de escolher um presente. As empresas estão se especializando cada vez mais no segmento de vendas online. E, acredite, o mercado imobiliário também está aderindo a esta prática.

Endereço, espaço do terreno, piscina, andares, todos os requisitos podem ser procurados pelo comprador através de alguns cliques. As imobiliárias aproveitam para inovarem e levarem cada vez mais opções aos compradores. Talvez o único obstáculo ainda seja finalizar uma negociação imobiliária pela internet. Apesar de complicado, não parece impossível.

“Acredito que vamos ainda vender um empreendimento 100% pela internet. Não será hoje, mas no futuro conseguiremos que o cliente escolha e compre seu imóvel por meio de um certificado e uma assinatura digital, que já existe, e faça o pagamento da entrada via internet bank”, comenta Gustavo Zobaran, especialista em Comércio Eletrônico e Coordenador de Departamento de Marketing Digital da Brookifield, ao site Mundo do Marketing.

Existem algumas empresas que já conseguem deixar apenas a última assinatura da compra sendo presencial, mas a burocracia que envolve uma compra no mercado imobiliário ainda exige alguns anos de aperfeiçoamento nas vendas deste tipo de segmento.